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ESCADAS DO CÉU (2016)

Delta (Claviceps Purpurea)

Por favor, me leva.

A este lugar não retornarei

De volta a Delta

Eu vou esticar meus ossos na rede

Matar minha sede

De quem?

Terra de quem?

O cansaço me venceu… Me venceu…

De quem? Terra de quem?

De ninguém!

 

Modorra (Jean Glass)

As ruas estão vazias

Secas como um deserto

Estou nos entido certo da nossa colisão

Eu fiz e você faria

Sem qualquer elegância

Por pura ganância

A lágrima escorrer

 

Eu lembro daquele dia

A mente estava vazia

Cortei a melancia com a outra mão

Eu sei que você sentia alguma simpatia

Agora é todo dia a mesma sensação…

A sombra enobrece o dia

Eu vejo ela se estender

E tudo que existia vai desaparecer

Eu sigo e você seguia aquela velha ambição

De transformar a lenda em algo de bom

E as ruas estão tão frias

Não há destino certo

É sempre o mesmo projeto: Autodestruição

Eu fiz e você faria sem se importar

Sem mesmo pensar

A lágrima escorrer

 

Escadas do céu (Louis/Rafaela Machado)

Eles não são homens

Eles são covardes camuflados de ninguém

E por trás desta bandeira renunciam do que são

Com ar de novos dias promovem suas faces para todos os reféns

Como se já não bastassem nossas crenças doentias

 

Pode o fogo surgir das vidraças da fé?

Pode o tempo servir o que a gente não quer?

 

Já não sinto aquela culpa

Já não troco novas horas por dinheiro ou qualquer bem

Belas portas de um palácio

Que é uma casa tão vazia

 

Mais um ano se passou e nada

Agradeça ao teu “Senhor” que não paga

Os momentos que vendeu são hoje

velhas páginas em branco de uma vaga biografia

 

Pode o corpo sentir o que a mente não quer?

Anjo torto caiu das escadas do céu

 

O peso da Espada (Claviceps Purpurea)

Estão por toda a casa

No seu vestir e notícia que chegou

Que errou por quase nada

Eu quase vi!

Mas o que houve nunca se passou

E agora eu sou o peso da espada

 

Que lado desta estrada, vamos seguir?

Já não sei pra onde vou

São tantas nossas mágoas

Mas tudo o que fiz foi um tempo que passou

Onde estou tudo é quase nada

 

Até que enfim é sua vez!

Mas corra, está chovendo.

 

São tuas as palavras?

De onde elas vêm?

No que ela te transformou?


Na nova madrugada

Longe de mim

Estou mais perto do que sou

E do que desviou a nossa caminhada

Até que enfim é nossa vez!

De volta ao novo mundo

 

A Voz (Claviceps Purpurea)

A estas horas todos dormem

Mas lobos são selvagens

Desconstrução das coisas

Distorção de imagem

 

Seguir o som da voz

O som da tua voz

E respirar numa máquina de ossos sem cabeça pra pensar

 

Cedo ou tarde as ondas voltam e tomam sua parte

Plantam toda esperança nas sombras da miragem
Eu senti no som da voz

No som da tua voz

O despertar de um exército de porcos

Sem histórias pra contar

 

Caem as Grades (Filhos do Sol) (Claviceps Purpurea)

Vem à noite, caem às grades.

Na rua um grito de liberdade

Fez-se um despertar de um recomeçar

No vapor da avenida

 

São os filhos do sol

Fartos de escravidão

Eu vi… São eles…

São eles e vão dominar o mundo

 

Faz do agora a novidade

Pois o céu levou seus dedos

Quanto vou custar a essa podridão?

É o recado que aqui fica!

 

Dos filhos do sol

Fartos da escravidão

Eu vi… São Eles…

São eles e vão dominar o mundo

 

Noites Azuis (Jean Glass/Louis)

Roseiras morrem em noites azuis

Você está com os olhos fixos na luz

Não chegarás às palmas brancas dos anjos

Nem beberás o mel da boca dos anjos

 

Será que os mortos lembram da cruz ou voltarão à lama?

 

Calou-se a voz que hoje dorme nas mãos

Do que está por trás do véu da razão

Ressuscitar um filho ao povo pagão?

Onde estará o pai do povo africano?

 

Será que os mortos lembram da cruz ou voltarão à lama?

Será que os mortos queimam na cruz ou voltarão à lama.

 

Qualquer Lugar (Claviceps Purpurea)

O silêncio pede a voz

Onde nada é o que parece

Nosso barco foge a rota

Rumo a qualquer lugar

De encontro às correntes do mar

 

Hoje a vida me chamou

Diz que fui longe demais

Já levamos tantos murros

Já cansei de tanto faz

Mas de novo a serpente lhe trai

 

Pois a vida lhe avisou

Já não é tarde de mais?

Farda, fogo, maca e tumba

Este aqui não serve mais

O novo a serpente me traz

 

Lá fora o tempo cresce

E no final traz sombra

Há dias não amanhece

Mas hoje o sol vai voltar

 

O Inimigo (Maicon Prando/Louis)

Tentando transparecer uma felicidade inerte

Dandos as costas ao seu próprio abrigo

Abrindo as portas de um passado já longínquo

Deixando reviver estranhos sentidos

 

Convida a sentar-se à mesa o inimigo

Serve-lhe vinho, tratando como amigo

Corta a carne, serve no prato

Dando de comer o próprio intestino

 

Quem fechou o seu terceiro olho?

 

Negamos reconhecer que os corpos sujos da taberna

Trazem as chaves de um ser desconhecido

Fechando as portas pra um futuro tão antigo

Tentanto escurecer os claros sentidos

 

Convida a sentar-se à mesa o inimigo

Serve-lhe vinho, tratando como amigo

Cedo é tarde… Perto é distante

Para eu me esconder em tantos semblantes

 

Quem fechou o seu terceiro olho?

 

Cemitério e Filmes de Terror (Louis/Zen)

Sozinhos pelos parques

Seus olhos nunca sabem

No que vão acreditar

 

O tempo agora para

A luz então se apaga

E os sonhos tomam seu lugar

 

Não voltarei sem esquecer

Eu vi o nosso amor

Em filmes de terror

 

São passos sem sentido

Em mundos escondidos

Na fumaça pelo ar

 

Flores no céu

Nuvens no chão

 

Eu vivo a minha dor

Enfim… O elevador

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