ENTRE O ARCO E O POTE (2008)
Casa da Cura (Luis Machado)
Entre o Arco e o pote abriu-se um corredor
Onde todas as manhãs caminho enrolado em um lençol
Então, eles preferem me manter tranqüilo
Já não consigo conviver comigo
Comprimidos ou Choques????
Não sou Doente.
Cordeiros da Noite (Luis Machado)
O Sol entrega o céu à lua
Sua alma está encomendada
E neste campo minado, as suas pernas já não valem nada
Enfim…
A recompensa foi um par de olhos
E quando finalmente eu pude ver
Apagaram as luzes…
Apagaram as luzes…
O lobo que na noite ataca
volta todo dia pela manhã
E bate a porta de sua casa
com o corpo coberto de lã
É assim…
Que a propaganda prostitui meus olhos
Eu nunca realmente pude ver
Aqui é proibido pensar…
É proibido pensar…
A ira das Máfias (Luis Machado)
As leis dividem…
Entre isolados…
Em ternos finos…
E seus cigarros…
Um poder que nos mantém Alienados…
Na prova do fogo
Na provável dor
O nosso crime então provocará a ira das máfias…
Os cegos verão…
O seu fracasso…
Olhos fecharão… não por acaso…
Mas por perder a fé… Nos seus passos…
Tente sorrir poeta infeliz…
Este é seu novo lar…
Volta a chorar mas finja ser feliz…
Até se conformar…
Ou… Provar o fogo…
E sentir a dor…
O nosso crime então provocará a ira das máfias…
Alien I (Luis Machado)
Neste mesmo altar, eu perdi toda a razão
Já não nos tratam mais com educação
Vamos crucificar, e aos outros iludir…
Pra que não haja mais, o direito de ir e vir
Enquanto nossos pais
Estão bem longe daqui
Se não nos querem mais, nós devemos desistir
O sangue está no cálice, nossa vez está por vir
Um passo para trás, eu vou beber até cuspir
Tarde demais, eu apenas desisti
Eu já não posso mais
Há um tempo atrás, eu gostava de existir
Eu já não posso mais, resistir…
Chicote Industrial (Luis Machado, Zen)
Está a venda o poder de manipular
Como você se opõe assim??
Lavando dinheiro público, superfaturado
O seu povo vendeu este posto pra mim
Escravidão se camuflou, das senzalas ao nosso lar
O chicote se transformou em máquinas industriais
E um silêncio ensurdecedor começou
Acampamento no palácio da Alvorada
Mas com pau e pedra não vamos pra construir
Mas é que pra casa a gente nunca leva nada
Um grão ou outro pra dividir
O Barão iniciou seus discursos presidenciais
O Leilão então mudou para as páginas dos jornais…
A voz de um bruxo alguém calour??… ou queimou????…
Alien II – Prelúdio, Metástase, Metáfora (Luis Machado, Fisha, Zen, Seco)
O que faz aqui? Sofredor
Abaixe esse nariz, trabalhador
Deixe este país usurpador
Vamos fluir o seu rancor…
Como viver com essa dor??
Sobreviver…
Num mundo sem valor, de um homem sem valor
Onde o espinho inveja a flor, este frio é falta de calor…
Você veio até aqui?? Mas pra que?? Seu hipócrita…
Um infeliz seguidor
das cicatrizes de livros sem autor
Você se diz, conservador…
Mas sua matriz já se aposentou…
É fácil dizer, de olhos vendados
Você não quer ver…
Os atentados ao pudor
De um mundo estuprador
Mas esta droga evita a dor
Mr. Lúcifer Doutor
Eu posso estar aqui…
Mas viver… é uma metáfora…
Jaula dos Bugres (Luis Machado, Fisha, Zen, Seco)
Chegamos a fronteira com povos que romperam nossa visão
Recosturar a bandeira e derrubar os muros desta prisão
Fugir do caos na jaula dos bugres
São truques e fantasias pra me esconder
Por trás de alguém, é um bom lugar pra se esconder
Meu caro eu já não sei…
Quantas caras você tem??
A luz chegou… O mundo acordou…
Mas em seu quarto… Anoiteceu…
O som parou… Você nem reparou…
Por que já enlouqueceu…
Eu vou afastar-me de mim.
Oito de Maio
(Luis Machado, Fisha, Zen, Seco)